Passagem pelo Vazio e Outros Contos, de RUI CARDOSO MARTINS,  na SIC Notícias e na revista VISÃO

25-06-2023

Passagem pelo Vazio e Outros Contos (Filigrana Editora, 2022)uma extraordinária antologia.

Na VISÃO, 22/6 a 28/6/2023


Contos com vida

Passagem pelo Vazio 

e Outros Contos

Rui Cardoso Martins


"Enquanto escritor, Rui Cardoso Martins (também jornalista, cronista, guionista) é sobretudo conhecido pelos seus romances E se eu gostasse muito de morrer, Deixem passar o homem invisível, Se fosse fácil era para os outros e O Osso da Borboleta. Dispersos, os seus contos são de leitura mais ocasional, dificuldade que esta antologia, organizada pelo próprio, a convite da Filigrana Editora, veio colmatar. Aqui se reúnem 20 anos de histórias curtas, registo, aliás, por onde o escritor começou a galgar as fronteiras da ficção. São contos que cobrem, através das mais diversas personagens, tragédias, solidões, revoltas e humores. Histórias que tudo convocam, como nas extraordinárias crónicas Levante-se o Réu, num estilo pessoalíssimo, solto e sem convenções, condimentado por um léxico variegado."

(Visão, 22 junho 2023)

Na SIC Notícias, no "Programa Cujo Nome Estamos Legalmente Impedidos de Dizer (24/06/23)

Esferas imperfeitas a vibrar

Há coisas que se encontram antes, perguntas que surgem entretanto e respostas que só aparecem depois. 

Assim começa o prefácio do livro Passagem pelo Vazio e Outros Contos (Filigrana Editora, 2022), que o próprio Rui Cardoso Martins escreve nesta antologia que reúne onze dos seus contos, histórias que foram traduzidas para diversas línguas e publicadas em diferentes jornais e revistas literárias nos últimos vinte anos.

Um jovem neonazi em crise, um homem que ouve uma carta de amor de uma morta num café, um homem que descobre uma doce e perigosa profissão, bandidos e fugas, a estátua de Fernão de Magalhães, filhos, árvores, comidas e canibais, uma morta no Tejo, Macau e tufões, a viagem por Lisboa de um colar de comendador da República, um taxista e os seus clientes de casino, um galinheiro de inesperados sentimentos… são algumas das personagens e das histórias que desfilam pelas 163 páginas da última obra do escritor.

Se o passado do conto é pré-histórico, muitas vezes é o passado vital do escritor que alimenta cada texto. Isto é, a mistura da história geral da literatura e da formação individual - desastres, alegrias, medos, amores - daqueles que se aventuram nas cavernas do conto.

(…)

Quanto às minhas tentativas, a maior parte está neste A Passagem pelo Vazio e Outros Contos. Não há maneira de evitar dizer-vos que alguns dos contos são contemporâneos de tragédias pessoais. Descobri também, com certa surpresa, que juntos parecem um corpo, quase uma unidade, como uma carcaça retalhada que, retiradas cada uma das peças penduradas nos ganchos, é quase possível reconstruir por inteiro num balcão de talhante (talvez só um pé a mais, uma orelha a menos). É provável que se encontrem pedaços de solidão e de revolta - assim se escreve - mas também de humor. A chamada vida. 

(…)

Mas estes contos contam, pelo menos, com a possibilidade de serem cerrados na palma da vossa mão.


Rui Cardoso Martins (Foto de: Vitorino Coragem)
Rui Cardoso Martins (Foto de: Vitorino Coragem)

RUI CARDOSO MARTINS

Rui Cardoso Martins (Portalegre, 1967) é romancista, argumentista e cronista. É autor dos romances E Se Eu Gostasse Muito de Morrer (2006, traduzido em inglês, espanhol, francês, húngaro e russo), Deixem Passar o Homem Invisível (2009, Grande Prémio de Romance e Novela APE), Se Fosse Fácil Era Para os Outros (2012) e O Osso da Borboleta (2014), e das colectâneas de crónicas Levante-se o Réu (2015, Grande Prémio de Crónica APE). Também do livro Passagem pelo Vazio e Outros Contos (2022).

Tem livros e contos traduzidos em diversas línguas. Repórter fundador do diário Público e cronista da TSF e JN. Autor de cinema, televisão e teatro, com destaque para o argumento original d' A Herdade (2019, co-autoria, com Tiago Guedes), candidato ao Leão de Ouro e Melhor Argumento no Festival de Veneza, da peça Última Hora, no Teatro Nacional D. Maria II, e da série Causa Própria (com Edgar Medina), RTP. Co-autor, com Fernando Vendrell, do argumento de Sombras Brancas (2023). Trabalhou no argumento e guião do díptico Mal Viver/Viver Mal, de João Canijo, Urso de Prata do Festival Internacional de Berlim, Berlinale de 2023. Premio Sophia 2023 da Academia Portuguesa de Cinema para Melhor Série por Causa Própria (co-autoria, com Edgar Medina).

É professor universitário de Arte da Crónica e de Argumento de Cinema e Televisão.

Ou fazer a sua encomenda em qualquer livraria do país, incluindo na Wook ou na Bertrand.