Quanto às minhas tentativas (nas cavernas do conto), a maior parte está neste A Passagem Pelo Vazio e Outros Contos. Não há maneira de evitar dizer-vos que alguns dos contos são contemporâneos de tragédias pessoais. Descobri também, com certa surpresa, que juntos parecem um corpo, quase uma unidade, como uma carcaça retalhada que, retiradas cada uma das peças penduradas nos ganchos, é quase possível reconstruir por inteiro num balcão de talhante (talvez só um pé a mais, uma orelha a menos). É provável que se encontrem pedaços de solidão e de revolta — assim se escreve — mas também de humor. A chamada vida.

(Excerto do prefácio)

Rui Cardoso Martins (Portalegre, 1967)

Rui Cardoso Martins é escritor, argumentista e jornalista. Ganhou por duas vezes o Grande Prémio da Associação Portuguesa de Escritores (APE), em romance (Deixem Passar o Homem Invisível) e crónica (Levante-se o Réu).

Escreveu os romances E Se Eu Gostasse Muito de Morrer, Deixem Passar o Homem Invisível, Se Fosse Fácil Era Para os Outros e O Osso da Borboleta. 

Tem dois prémios Gazeta de jornalismo. Pelo seu trabalho em cinema e televisão (Contra-Informação, Herman Enciclopédia, Zona J, Sul, Causa Própria), recebeu vários prémios Sophia, Globo de Ouro e a nomeação para o Leão de Ouro do Festival de Cinema de Veneza (coargumento original do filme A Herdade). É autor da peça de teatro Última Hora, estreada no Teatro Nacional D. Maria II. É professor de crónica na Universidade Nova de Lisboa e de argumento na Universidade Lusófona.

Tem romances e contos publicados em várias línguas

PASSAGEM PELO VAZIO e outros contos

na livraria virtual de Filigrana Editora

https://www.filigrana-editora.pt/p/passagem-pelo-vazio-e-outros-contos-rui-cardoso-martins/

Muito em breve também disponível nas plataformas Wook,  Bertrand e livrarias.