PALAVRAS DE AMOR ATÉ 14 DE FEVEREIRO. HOJE COM CATARINA D´OLIVEIRA
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Talvez o amor seja o ribombar presente no peito durante os concertos, se calhar é a emoção de conseguirmos, por fim, algo por que tanto lutámos, ou o eriçar de pelos enquanto assistimos a peças de bailado, a aceleração do coração enquanto atuamos ou o brilho celestial no nosso olhar enquanto esquadrinhamos quadros expostos em museus. Ou, então, a incapacidade de parar de escrever ou o não conseguir adormecer sem resolver aquele último problema de Matemática. A euforia de estar com os amigos e de quebrar as regras, as pernas bambas enquanto olhamos as nossas fotografias da faculdade, o calor no coração quando ajudamos alguém. Mas, igualmente, o tremor das nossas coxas, os tiques por puro temor de estragarmos tudo. Ou, então, também pode ser o vazio das saudades, a desilusão de termos posto a pata na poça. O ouvir o bater do coração no silêncio da estrondosa Natureza que nos rodeia ou os risos estranhos que se infiltram nos nossos ouvidos e as lágrimas que escorrem pela nossa pele por diferentes razões. Aquele olhar receoso que se troca com a pessoa do outro lado do comboio e a alegria de se ter descoberto a si mesmo. Assim, e concluindo, o amor pode ser a própria vida. O amor é o verbo viver, na sua plenitude. Portanto, por mais que me custe e me contradiga, sim, o amor existe, o amor é real. Não só aquele amor que nutrimos por uma pessoa especial que conseguiu um espacinho no nosso coração. O amor que sentimos pela nossa paixão, pelos sentimentos e pelas emoções, pelo próprio ato de viver. Estamos rodeados de amor e, finalmente, compreendo o porquê de dizerem que é o amor que nos move. Está presente em toda a nossa vida.
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Catarina D´Oliveira / EU E O MUNDO (no prelo)