PALAVRAS DE AMOR ATÉ 14 DE FEVEREIRO. HOJE COM ARAGONEZ MARQUES
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Faltava mais, a malcriada da viúva armada em francesa, que nem o marido respeitava com aqueles vestidos coloridos e decotados, como se fosse uma gaiata, o raio da velha.
Que deixasse ela o marido descansar em paz, pois era público que o tinha em casa, desfeito em pozinhos, na estante dos livros. Que sacrilégio!
Todos sabiam que muitas vezes o metia no carro e o levava de passeio por esse Alentejo fora, e que no último dia de finados, houve quem a visse num restaurante em Beja, comendo, com o pote de barro azul escuro, ao seu lado, a bruxa!
Enquanto todas as mulheres decentes, viúvas como ela, limpavam as campas, choravam e punham flores, a francesa, vá de comer, carne de porco à alentejana, dizia quem tinha visto, e falava com o pote azul, louca, completamente louca!
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Aragonez Marques / A Mulher do Sargento Espanhol