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Autora, poeta, cronista, tradutora.
«Essa busca incessante da sabedoria que se esconde no poético é o risco que Amélia Vieira escolheu para fazer uma viagem de onde, ou não mais se volta ao reino onde as palavras são necessárias; ou, se há regresso, ele traz-nos ao areal onde vêm morrer os sonhos que ouviram o cantar da sereia.»
Natália Correia.
CÂNTICOS
É preciso ser flor é preciso ser ave
É preciso andar, cuidar do jardim, sabendo beijar as Horas
É preciso estar por dentro, e preciso é estar por fora.
Tudo necessário, mesmo abrasar.
É preciso que se cheire, é preciso o perfume, é preciso ser romeiro.
Para parares no meu lume.
É preciso atravessar o tempo todo e ele não bastar.
Cuidar de dar a quem deu e quem nos devolveu todas as coisas do dar.
É preciso ir depressa, sem parar, que a vida não espera, e não faz tornar.
Poema inserido na mais recente obra poética de Amélia Vieira, Cânticos (Filigrana Editora, 2023)